sexta-feira, novembro 21, 2008

Jr

Sempre que eu olhar para uma foto do Jr verei um sorriso. Porque o Jr era assim mesmo, um menino sorridente. Morreu jovem, guri, como dizem por aqui. Deixando todos nós atônitos diante deste mistério que é a vida. Inevitável a pergunta que todos se fazem. Tantos mau caráters vivendo muito além do que mereciam. Enquanto ele, um cara aburdamente gente boa partiu em meio a tanto sofrimento. Nestas horas, melhor é apegar-se a uma crença divina, melhor é acreditar que agora ele está melhor do que todos nós e que tudo isso tem um pr0pósito. Senão, fica uma amargura muito grande, um sentimento de injustiça, de que isso aqui não tem sentido algum...
Mas para além da indignação, da tristeza, do sentimento de uma perda prematura ao extremo, de um vazio imenso, ficam lembranças e mais lembranças de uma pessoa sensacional, divertida e muito querida. Das muitas imagens que guardo do Jr, todas têm sempre um sorriso. É assim que eu quero lembrar dele. E também do dia em que me senti muito mal na redação e ele foi o único que veio até mim e me aconselhou a levantar a cabeça, uma palavra amiga em meio a um silêncio assustador.
Mesmo que seja para sentir essa tristeza, mesmo que seja para sentir essa dor, que bom que eu conheci você!!!!!
E mais, não dá pra escrever

terça-feira, novembro 18, 2008

Podia ser Bee Gees

Riobaldo, o sábio jagunço de Grande Sertão Veredas conclui que "toda saudade é uma forma de velhice". Ele tem toda razão. Tenho resitido ao pulso de não ser saudosista. Não entrar na onda "anos 80" que decretou a supremacia sobre as décadas seguintes, como se depois daqueles anos esquisitos tudo mais tivesse perdido a graça. Não se faz mais rock, não se brinca mais, a tv ficou comercial de mais e por aí vai...Será mesmo? Não sei, nem estou interessada. Quero apenas preservar minhas lembranças, sem julgamento pretencioso de uma geração para outra. Somente evocar minha memória afetiva, afinal, nos anos 80 eu era adolescente. Vivi meus amores, dores e descobertas. Agora, por exemplo, enquanto escrevo aqui, ouço The Cure. Nada é capaz de me trazer de volta o espírito adolescente do que essa banda, época em que ser dark era o máximo. Robert Smith, o perfomático líder de voz chorosa, lamentava a perda de uma garota e o fato de que garotos não choram. Ouvi "Boys don't cry" incansavelmente. Nada mudou. Eles continuam chorando menos do deviam, a gente mais do que devia. Mas não estou afim de entrar nas questões de gênero agora...Voltando ao Riobaldo, quando a gente começa a ter lembranças de 20 anos atrás, saudade do que passou, a velhice já começou a se instalar dentro de nós. Por sorte, ainda sinto um horizonte maior do que o aquilo que o meu retrovisor aponta. Conforta-me essa imagem, embora eu saiba que não há nenhuma garantia.
Sendo assim, posso ouvir The Cure em paz. Podia ser pior, podia ser Bee Gees...

segunda-feira, novembro 17, 2008

Bala Xaxá



Sonhei, do nada, com a bala xaxá. Eu não sabia que a essa bala tinha alguma importância pra mim, tanto tempo guardada no meu incosciente. Eu tinha uns 6, 7 anos. Ela fazia parte do trio que deliciosava a garotada nos anos 70/80: soft, sete belo e a xaxá. Mas por que essa bala estava no meu incosciente??? Será que devo passar por uma sessão de hipnose para descobrir?

Acabo de assisitr ao filme Quando Nieztsche chorou. Uma viagem criada por um psicanalista autor de best sellers (putz, esqueci o nome do cara): nasceria de um encontro imaginário entre o filósofo e o médico alemão Breur (com a participação luxuosa do jovem Freud) a chamada "cura pela fala", mãe da psicanálise. Pois os dois ilustres - Breuer e Nieztsche - desabafam um para o outro suas obsessões, angústias e medo (sobretudo da morte) e vão trazendo do inconsciente aquilo que escodiam de si próprios. O filme mergulha na mente dos personagens e mostra sonhos alucinantes. Pois eis que depois de assistira a toda essa viagem psicanalítica eu só consigo sonhar com as balas xaxá. Deve haver alguma explicação. Vou arriscar:

- Eu queria, mas não tinha dinheiro pra comprar essas balas?

- A última vez que chupei uma bala xaxá aconteceu algo marcante em minha vida...

Quem sabe sonho de novo. Vou ficar pensando no gosto. E se eu ficar deprimida? Nunca mais chupar uma bala xaxá em minha vida? Será que eu aguento?

quinta-feira, setembro 18, 2008

Ressureição

Faz exatamente 1 ano e meio que não escrevo neste blog...
Nossa, tanta coisa mudou em minha vida, nem os meus cabelos, acho que nem a minha voz continuam os mesmos...Mudei de cidade, abandonei o jornalismo na verdade, abracei os estudos literários...

...hummmm tem um pizza cheirosa me chamando...volto depois...não vou demorar tanto dessa vez....

domingo, março 25, 2007

Ciclo

A vida, dizem, é um ciclo. Faz sentido. Nascemos, crescemos, evelhecemos, morremos. Vejo claramente um ciclo em tudo. Eu acabo de voltar ao jornalismo diário. Depois de tantos caminhos interessantes, outras direções, sou, de novo, uma repórter. Exatamente por onde comecei. E vou revivendo o que essa profissão tem de mais interessante. Uma conexão brutal com a realidade. No jornalismo diário, conhecemos tudo. Mazelas, sofrimentos, probreza. Esperança, solidariedade. Vida e morte. Saí do meu mundinho e fui novamente plugada a vida como ela é...

domingo, março 04, 2007

Crime e Castigo


Sigo firme e obstinada na missão de transpor os anos de ignorância literária e mergulhar nos clássicos que deixei de ler. Acabo de concluir Crime e Castigo, depois de exatos 1 ano e meio em minha cabeceira. É um livro pertubador e por isso mesmo tantas vezes o mandei para o final da fila, privilegiando leituras mais amenas. Por fim, persisti. Vi outro dia alguém dizendo que não se aprende com livros, mas tem-se uma experiência. Minha sensação é a de ter mergulhado num fosso sufocante, pequeno, úmido - como o porão onde o Raskolnikóv morava - e de ficar me debaendo para encontrar uma saída. E no último instante, com poucas esperanças, uma luz me tirou desse buraco. Esforço-me para não cair na conclusão simplista de que o amor, afinal, redime. Ele, de fato, redime. Mas a coisa não é tão simples. Será que Dostoievski quis dizer que no fundo somos todos "piolhos" e que o esforço para pairar acima do bem e o mal, com coragem para agir como se bem entende é inútil? Seríamos todos piolhos, sempre, em qualquer cirscuntância? Ainda não quero racionalizar. Quero curtir a experiência dessa obra, que mais tarde, vou reler para tentar entendê-la. Por enquanto sigo impregnada por esses personagens que, em algum momento de minha vida, sou capaz de encontrar dentro de mim. Especialmente as mulheres. Todas. A louca, a abnegada, a crédula - na alternância dos meus sentimentos e na maneira de reagir à vida. Volto ao tema outra hora, já refeita dessa emoção.

terça-feira, fevereiro 27, 2007

Sensibilidade na tela


Pequena Miss Sunshine é lindo, engraçado, sensível. É exatamente o tipo de filme que me agrada. Barato, simples, mas muito verdadeiro. Não é piegas. Não é feito para arrancar lágrimas. Ao contrário, arranca risos em meio a dramas bem sérios. E comove naturalmente. Porque assim é a vida, uma alternância de risos, lágrimas, loucura, neuras. Mas no meio disso tudo existe algo que dá sentido, alimenta, ajuda a segurar a barra: a família. Pode ser uma família louca numa kombi rumo a um concurso de miss infantil ou a minha, ou a sua. É lindo, o filme é lindo! Desses, do Oscar, foi o único que vi. Tenho um pé atrás com filmes do tipo Infiltrados, que eu não duvido que deve ser bem feito em tudo mais. Mas não tenho muita motivação para assistir.

Eu detesto o horário de verão!

Pra mim uma das coisas mais estúpidas que existe é o tal horário de verão...Acordo mais cedo, mas nem por isso vou dormir mais cedo...quem consegue jantar às 20 hs com aquele solão???? Aí a gente se engana: pensa que ainda é dia, quer aproveitar, acaba indo pra cama mais tarde, mas no outro dia não tem refresco não, tem que pular uma hora mais cedo da cama.